quinta-feira, 21 de julho de 2011


A cultura visual pode contribuir para a compreensão  do ser humano e das transformações do mundo. Pode inclusive emancipar o homem, desde a infância
 até a vida universitária.”
Fernando Hernández


      Propõe que as atividades ligadas à Arte passem a ir além  de pinturas e esculturas, incorporando publicidade, objetos de uso cotidiano, moda, arquitetura, videoclipes e tantas representações visuais quantas o homem é capaz de produzir.
     Trata-se de levar o cotidiano para a sala de aula, explorando a experiência dos estudantes e sua realidade.
    Essa "alfabetização visual" dará ao aluno condições de conhecer melhor a sociedade em que vive, interpretar a cultura de sua época e tomar contato com a de outros povos. Irá também descobrir as próprias concepções e emoções ao apreciar uma imagem.
     Estamos imersos numa avalanche de imagens e que é preciso aprender a lê-las e interpretá-las para compreender e dar sentido ao mundo em que vivemos. Crianças e adolescentes serão capazes de analisar os significados da imagem, os motivos que levaram à sua realização, como ela se insere na cultura da época, como é consumida pela sociedade bem como as técnicas utilizadas.
      Na escola, isso significa que o ensino de Arte ganha uma perspectiva mais profunda. De conhecedor de artistas e estilos, o aluno passar a ser leitor, intérprete e crítico de todas imagens presentes em seu cotidiano.
     O ponto de partida para quem trabalha com a cultura visual é ficar atento no mundo à sua volta. Conhecer os objetos que fazem parte da realidade dos alunos e perceber quais são importantes para eles. Planejar as atividades conforme o projeto pedagógico da escola. Ao escolher os temas de estudo, dê preferência às imagens que façam sentido para os estudantes.
     Não entende o currículo como uma “grade curricular”, mas como qualquer lugar ou oportunidade na qual se constitui ou se transforma a experiência de si.
     As representações devem ser inquietantes, estar relacionadas com valores comuns a outras culturas, refletir o anseio da comunidade, estar abertas a várias interpretações, ter sentido para a vida das pessoas, expressar valores estéticos, fazer com que o espectador pense, não apenas ser a expressão do narcisismo do artista, olhar para o futuro e não estar obcecadas pela idéia de novidade.
     O pesquisador norte-americano Robert William Ott, da Penn State University, criou um roteiro para treinar o olhar sobre obras de arte. Mas ele pode ser adaptado a atividades ligadas à cultura visual. O diferencial é fazer sempre a relação com a realidade do aluno:
1) Descrever:
            Para aproveitar tudo o que uma imagem pode oferecer, os olhos precisam percorrer o objeto de estudo com atenção. Dê um tempo para a obra se adaptar no cérebro. Em sala de aula, peça que todos descrevam o que vêem.
2) Analisar:
            É hora de perceber os detalhes. As perguntas feitas pelo professor devem ter por objetivo estimular o aluno a prestar atenção na linguagem visual, com seus elementos, texturas, dimensões, materiais, suportes e técnicas.
3) Interpretar:
          Um turbilhão de idéias vai invadir os educandos e você precisa estar atento a todas elas, para aproveitar as diversas possibilidades. Liste-as e eleja com a turma as que correspondam aos objetivos de ensino. Mostre outras manifestações Visuais que tratem do mesmo tema e estimule-os a fazer comparações como com cores, formas, linhas, organização espacial, entre outros.
4) Fundamentar:
      Levantadas as questões que balizarão o trabalho, é tarefa dos estudantes buscar respostas. Elabore junto com eles uma lista com os aspectos que provocam curiosidade sobre a obra, o autor, o processo de criação, a época etc. Ofereça textos de diversas áreas do conhecimento para pesquisa e indique bibliografia e sites para consulta, selecionando os textos de acordo com os interesses e o nível de conhecimento da classe.
5) Revelar:
      Com tantas novidade aprendizados, a turma certamente estará estimulada a produzir. Discuta com todos como gostaria de expor as idéias que agora têm. Quais são essas idéias e como comunicá-las? É hora criar, desenhar, escrever, fazer esculturas, colagens...




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