segunda-feira, 10 de agosto de 2009

FILME LEÕES E CORDEIROS

Neste filme, Leões e Cordeiros, há:
• Vidas distintas, separadas e ao mesmo tempo ligadas entre si, por fatores comuns.
• Professor que tenta e tem a preocupação de fazer com que seus alunos possam ser seres pensantes e atuantes, aliás um professor que sabe captar o que os seus educandos tem à oferecer enquanto seres pensantes e atuantes;
• Político que só pensa em seu crescimento e bem estar político e que pode e faz o que quer, sem pensar em nada nem em ninguém;
• Jornalista que sabe o poder que a mídia tem na formação de opiniões e que ainda acredita ser possível fazer um trabalho sério, mostrando realmente a verdade;
• Dois jovens um negro e um mexicano que sabem que podem fazer a diferença no mundo e não vacilam em realizar seus sonhos, mesmo que para isso custe suas vidas. Também é importante ressaltar a amizade que foi muito forte neste momento e determinante, pois um acabou sendo o alicerce do outro.
• Quanto ao estudante não vi sua atuação como alguém desiludido com o sistema educacional e sim alguém que estava tendo outros objetivos, e o educador ao perceber que suas notas continuavam bem mas sua assiduidade não, tentou uma intervenção com o intuito de mostrar as potencialidades deste estudante, podendo assim dar novos rumos a sua vida, mas para que estas mudanças ocorressem, este educador , tentou fazer com que o estudante pensasse e refletisse sobre suas ações, o que no final do filme ficou muito claro que deu certo.
Tenho a visão de que o professor tentou despertar, ou melhor, tenta fazer com que seus alunos reflitam sobre suas opiniões, atitudes e que por si só possam perceber e refletir sobre suas leituras de mundo, e a partir destas leituras tenta lhes mostrar suas importâncias frente a tantos desafios e empecilhos para que haja realmente mudanças sociais e que todos somos responsáveis de uma forma ou de outra pelos rumos que tomados na sociedade, e acima de tudo também somos capazes de promover mudanças significativas na e para a sociedade.
O papel fundamental e fatal que a mídia acaba tendo em nossas vidas é algo muito forte neste filme, pois podemos fazer vários lincks com fatos reais e bem próximos a nós que acontecem e como refletem em nossas ações, enquanto cidadãos. A mídia ataca com doses homeopáticas e esporádicas que acaba conseguindo atingir seus objetivos, pois infelizmente as pessoas menos favorecidas acabam sendo bitoladas e manipuladas pela mídia. A jornalista retrata bem isto, pois demonstra várias vezes sua preocupação com os resultados que podem acontecer, a partir de sua matéria. Também , faço questão de citar a ética com que ela ainda acredita que possa existir, e que para ela realmente existe. Me refiro a ética com a verdades e as conseqüências das informações noticiadas.
Penso que leões todos acabamos sendo um dia, quem nunca foi um leão diante de seu educando? E quem nunca foi um cordeiro? Nesta questão não cabe analisar somente do ponto de vista educacional, mas sim do ponto de vista humano. Até que ponto somos responsáveis e permissíveis para que haja leões e cordeiros?
As reflexões se fazem necessárias para que mudanças possam acontecer. E caberia a nós enquanto educadores fazer o papel não de formadores, mas o de auxiliar pessoas a pensar, refletir, questionar, permitir-se erra e aprender com seus erros e não sentir culpa pelos erros, mas sim orgulho de ter tentado a mudança. Com pequenos passos com certeza vamos conseguir grandes resultados, mas estes, devem vir de dentro pra fora. Não adianta querer mudar o mundo enquanto não consigo auxiliar estas pequenas pessoinhas que estão na minha frente todos os dias de segunda a sexta-feira.
Quando o professor afirma que: “Professores são vendedores de seus alunos para eles mesmos.”, penso que sim pois quando um professor investe, acredita em seu educando esta apostando nele, mostrando que ele é capaz, fazendo com que este educando se conheça\reconheça enquanto ser atuante no mundo ao qual esta inserido.
A corrupção esta instalada de uma forma muito clara no cotidiano de todos nós, basta abrir jornais ou ligar a televisão para se deparar com estes fatos. Através do conhecimento é possível mudar este patamar, mas um conhecimento que deve ser descoberto dentro de cada um de nós e não um conhecimento imposto, onde é ensinado o que fazer. Não precisamos ensinar o que fazer e sim ensinar a pensar\refletir, só assim estaremos ensinando para que fazer.
Sim, já me deparei com estruturas do pensamento explicitadas pelos educandos que definem relações claras e muito geniais, mas que foram totalmente distintas das trazidas pelo texto que eu trouxe, mas entendi que meus educandos estavam fazendo suas leituras do que pensava em transmitir e que tinham conseguindo fazer uma relação com suas vidas reais. Penso que quando estes fatos acontecem é papel do professor estabelecer uma relação de confiança para que os educandos possam se abrir sem ter medo de errar, de falar, pois somente partindo de suas falas é possível chegar ao mundo que eles vivem e assim entender o que sentem, porque agem de determinada forma.
Nunca tinha ouvido falar em “ações afirmativas na universidade”, durante o filme foi a primeira vez. No Brasil estamos sim com as reservas de vagas na Universidade, as chamadas cotas. Mas não somente na Universidade isto se faz presente, em concursos públicos também. Penso que o sistema de cotas não é uma garantia de acesso a todos na Universidade, e de uma certa forma é até uma forma de preconceito. Concordo que as cotas devem ser oferecidas mas não seria mais justo se fosse pela renda familiar ou pelas condições sociais que estão inseridos. Podemos para e pensar, quantos negros ricos usufruem das cotas e teriam condições de pagar uma Universidade, enquanto quantos negros pobres não conseguiram entrar na Universidade?
A relação que consigo estabelecer, após olhar filme, entre Mídia – Política – Estética – Ética e Formação é de que a valorização humana estava acontecendo através da jornalista, que demonstrou preocupação com o que iria divulgar e do professor que estava ciente do seu papel frente aos seus educandos, apostando neles, fazendo com que estes sentissem responsáveis pelos seus destinos e por seus atos e que cada um poderia fazer a diferença no mundo, bastava querer.
Quem sabe faz a hora não espera acontecer é uma frase de uma música muito conhecida e que realmente tem um significado muito forte, ou pelo menos deveria ter. Mas, será que não cabe, a nós enquanto educadores fazer a hora e não esperar acontecer?
Tomar consciência e questionar nossa posição frente aos educandos é sair do lugar de sujeito passivo e ocupar o lugar de sujeito ativo, pois nunca devemos esquecer que a escola veicula, faz circular informações, promove e estimula o desenvolvimento de habilidades, de reflexões, vivências, de ações que realmente possam fazer a diferença na vida de nossos educandos.

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