segunda-feira, 10 de agosto de 2009

FILME – SORRISO DE MONALISA
O filme Sorriso de Monalisa nos mostra a história de uma professora que sonha em dar aula em uma Universidade renomada e ao chegar ao local se depara com uma escola muito tradicional, que prepara meninas\mulheres para serem esposas, donas de casa.
O filme é bem inspirador pois, mostra a preocupação da professora com suas alunas, em mostrar-lhes um outro olhar diante de fatos normais na vida cotidiana, tanto das alunas do filme como em nossas próprias vidas pessoais. Destaco alguns fatos, que chamaram minha atenção:
• A professora teve a determinação de fazer a diferença na vida de suas alunas;
• Quando chegou na Universidade já era rotulada e chamada de Boemia;
• Mostrou que é possível também aprender com nossos alunos;
• Abriu as mentes para uma nova concepção de arte;
• O que é arte? Quem decide o que é arte?
• Várias reclamações sobre seus métodos de ensino, inclusive o reitor espiando suas aulas e sua permanência na faculdade estava vinculada a mostrar seus Planos de Aula para diretoria da faculdade. Notasse que em nenhum momento, os diretores da faculdade, estavam preocupados com a aprendizagem, o que as alunas estavam aprendendo e sim que deveriam apenas seguir as apostilas.
• Professor não dono da verdade;
• Preocupou-se em formar lideres para o amanhã;
Quanto aos questionamentos solicitados, com base no filme, penso que:
• Creio que o fato de conhecer o artista e suas obras são importantes, mas não são suficientes para a apreciação das mesmas, pois para apreciar uma obra não necessariamente precisamos desses conhecimentos, se fosse assim, a arte seria limitada. Isso também fica evidente no filme, porque as alunas embora reconheçam a quem e a que período a obra pertencia, não conseguiam ver além, tinham dificuldades em ver com os seus olhos e o seu coração, não conseguiam ultrapassar o que o professor anterior escrevera. Para que a apreciação fosse feita, a professora necessitou desconstruir os padrões já estabelecidos, trouxe uma nova forma de olhar, de contato, mudando o cenário e por fim, o apreciar. Se pensarmos na proposta triangular de Ana Mae Barbosa(1991), poderemos dizer que a professora contemplou bem os dois primeiros tópicos, e pecou no “fazer arte”, pois quase não vimos as alunas produzindo. :
• Conhecer arte(história da arte) possibilita o entendimento de que a arte se dá num contexto, tempo e espaço onde se situam as obras de arte.
• Apreciar arte (análise da obra de arte) desenvolve a habilidade de ver e descobrir as qualidades da obra de arte e do mundo visual que cerca o apreciador. É o olhar do apreciador que desperta seus sentimentos e dialoga com a obra de arte.
• Fazer arte (fazer artístico) desenvolve a criação de imagens expressivas. Os alunos se conscientizam das suas capacidades de elaborar imagens, experimentando os recursos da linguagem, as técnicas existentes e a invenção de outras formas de trabalhar a sua expressão criadora.
• As obras de Leonardo Da Vinci trazem a valorização da representação humana, características do renascimento, enquanto Jackson Pollock, traz o expressionismo abstrato, suas obras surgem a partir de respingos de tinta na tela que ficava no chão, pois ele não usava o cavalete, nem pincéis. As obras dos artistas se diferem, pois Pollock não tinha nenhuma intenção em retratar a idealização de realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Ainda hoje, os padrões predominantes são os de que algo necessita ser retratado fielmente e de que precisamos compreendê-los de imediato, pois o abstrato, nos remete a nossa subjetividade, nos obriga à uma interiorização, à uma reflexão, algo que muitos estão desacostumados a fazer atualmente.
• A apreciação não é a mesma coisa que o gosto, diante de obras, pois eu posso apreciar a obra de uma forma negativa, melancólica; e o gostar, me refiro ao que eu gosto;
A realização da professora frente a diferença que via estar fazendo na vida de suas alunas, foi muito importante e fundamental. Saber respeitar o espaço, caminhada e o tempo de cada educando também.
Penso que as mudanças só foram possíveis porque estavam lidando com questões que faziam parte da vida das alunas. A professora não procurou mudar as visões, nem impôs as suas, mas ensinou a pensar, a refletirem e verem o que queriam, pensar no futuro.
Novos muros foram quebrados para substituir idéias. Estes muros foram rompidos com muito custo, mas a disposição, a segurança em si, em quem era. Seus objetivos naquela faculdade eram bem claros, sabia muito bem o que queria alcançar.
Descobri que para ser professor no contexto atual é principal acima de tudo, saber quem sou eu? Porque estou aqui? O que quero?
Saber fazer a leitura de mundo da minha classe e interligar isto tudo com minha sala de aula, o currículo que preciso dar conta e suas relevâncias na vida de meus educandos. Sabendo que haverá conseqüências, das minhas ações, não importando se são boas ou ruins o importante mesmo é o movimento que estarei gerando.A busca da verdade além das tradições definidas, além das imagens.
Tudo isto é saber fazer a diferença na vida dos educandos, nunca devemos esquecer que EDUCADORES, nunca são esquecidos. Cabe a cada um a forma que quer ser lembrado.

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