quarta-feira, 29 de julho de 2009


A imagem acima foi tirada de http://www.blogdospiratas.org/2008/08/arte-em-caixas-de-ovos.html. A obra foi feita em caixas de ovos, vale a pena conferir, pois os trabalhos são lindos e bem sugestivos para aplicar em sala de aula.
O PAPEL DA FILOSOFIA NO ESTUDO DA EDUCAÇÃO
O papel da Filosofia no estudo da Educação, deve partir do pressuposto que este educador deva saber o que é filosofia e qual o seu papel enquanto educador, formador, pesquisador e aprendiz. Saber que suas atitudes filosóficas agem de forma consciente e inconsciente, pois a partir de questionamentos que este educador venha a fazer estará tendo uma atitude filosófica.
Mas o que vem a ser uma atitude filosófica? Vem a ser um questionamento, uma crítica, uma reflexão sobre algo que esta sendo feito, dito, pensado.Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a Filosofia quem as formula e busca respostas para elas.(Chauí, 2000)
Falar em Filosofia significa falar em sentidos diferentes, se refere a um modo específico de pensar e organizar idéias; modo próprio de chegar a conclusões e a emissões de juízos, mas não podemos confundir estas ações com opiniões momentâneas, pois estas não são ações filosóficas.
As concepções filosóficas avariam de acordo com períodos históricos, pois se relaciona com fenômenos culturais, mas independente do tempo, ano, local, o importante é o debate, a reflexão, a troca, o exercício do pensamento crítico.
Filosofia e Educação estão interligadas pois ambas assumem a postura do saber, questionar, refletir. Muitos educadores deveriam ter um olhar, poderia dizer, filosófico ao pensar em como lidar, como chegar até determinado educando, pois ao chegar a conclusão que sua práticas não estão tendo resultados, esta tendo uma atitude filosófica.
O papel da filosofia na educação é de fornecer elementos básicos para que o ser humano possa ser idealizador e construtor de sua própria liberdade, também deve acompanhar de forma crítica e reflexiva a ação pedagógica para superar uma postura, um senso comum. Não me refiro a metodologias, técnicas e sim a uma reflexão mais abrangente.
A reflexão filosófica não permite que a educação seja para domesticar o ser humano, mas que seja para fornecer elementos para que este ser construa sua própria liberdade e autodeterminação. Educar é criar um ambiente favorável para o desenvolvimento integral do sujeito e sua socialização com o mundo ao qual esta inserido e conseqüentemente agindo também.
Fullat,1995, afirma que a arte de instruir e de educar começa pela compreensão da criança e continua fazendo-se compreender por elas, despertando, finalmente, seu interesse. Isto é uma arte que não se ensina. Educando e instruindo pode alguém se converter num mestre e educador; a arte jamais se obterá através de livros. Que sabe muito sobre educação é um pedagogo; quem possui a arte de educar é um educador. Em nossas escolas quantos pedagogos há? E quantos educadores? Em sua maioria são dito educadores, obsoletos, parados no tempo, estagnados, robotizados pelos horários de entrada/recreio/saída; fora de seus horários de trabalho não há nenhuma ação que seja voltada para sua prática. Ou pior ainda educadores que brincam de copiar receitas, fazendo seus educandos de ratos de laboratório, sendo testados por métodos, praticas que aparecem na mídia, televisão, jornal, enfim, alguém que fez alguma coisa e este educador simplesmente achou bonito e pensa que em sua turma poderia dar certo. Ao analisar este educador, quando ele tenta a experiência com seus alunos, não estaria ele tendo uma ação filosófica inconsciente?
É importante ressaltar que a educação não tem outro caminho a seguir senão caminhar junto com a filosofia desde o inicio até o fim de sua jornada educativa. Não há educação sem filosofia, independente de seus pensamentos, pois o educador deve ter bem claro em suas idéias o que é educar? E educar para que? Sempre fazendo estes questionamentos e procurando as respostas, pois não há respostas para estas perguntas que possam perpetuar por tempos.
Não podemos esquecer que o espaço escolar não é o único agente educador, pois educandos ao chegarem na escola vem com um bagagem de saberes, o que podemos chamar de educação informal que aconteceu e seguirá acontecendo em outros espaços, que não seja a escola. Esta bagagem deve ser levada em conta e muitas vezes, quando o educador sabe aproveitar estas vivências, acaba sendo um agente que ensina e aprende também., pois na troca de experiências, vivências a aprendizagem será mútua.
Fazendo um linck entre filosofia e escola, há um número infinito de questionamentos, reflexões que poderiam auxiliar na construção do conhecimento dos educandos. Não estou citando fatos milaborantes ou respostas milagrosas, mas fatos simples que poderíamos refletir e analisar para ver o que esta por trás destas atitudes, e o que eu enquanto educadora posso fazer para auxiliar no processo do movimento para que essas mudanças possam ocorrer com os educandos, iniciando dentro do espaço escolar e ir ampliando para suas particularidades de vida.
Penso que o tempo todo,ao largo de uma organização do aprendizado, do conhecimento uma organização do saber nos acompanha. Nesse plano do saber é impossível saber onde o saber se gera. Pode ser do lado do educador, do educando. Pode ser uma criança de dois anos que aprendendo a falar nos ensine algo sobre a vida e a linguagem.
Já está provado que o cérebro só guarda o que interessa, o que desperta a curiosidade mas tem a capacidade de demonstrar que isso vai lhe servir de algum modo. Poderia então até afirmar que na ilustração de fatos ocorridos, ou então de convivência ambiental seja um passo lúdico a ser desenvolvido para a aprendizagem.
Tenho visto as escolas de um modo geral, com um formato mecanicista, um projeto pedagógico e um plano pedagógico uniforme, objetivos em comum, único, não analisa que dentro de uma sala com um quadro de alunos de 30 por exemplo, tem definições cognitivas diferentes, tem habilidades diferentes, vocações que se separam, um olhar emotivo e rasteio de experiências familiares e status sociais e origem diversificadas, tudo isso é um fator complico para se identificar, dar identidade, fazer associações, ou generalizar, os fundamentos psicológicos emocionais, vocacionais tão natos no ser humano é um fato complicado para a educação.
Pensar em Filosofia da Educação é pensar em mudanças, que ocorrerão e ainda vêm ocorrendo na sociedade, após tantos questionamentos, investigações, ações, erros, acertos dos erros. Somos cheios de crenças que foram construídas, mantidas e seguidas, sem ao menos sabermos porque, para que.

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